14 janeiro 2012

"Punhos Cerrados" News! (Critica)

Critica ao livro, por Fernando Gil:

         "A princípio, não como dizem, não é a folha branca ou o monitor a piscar vazio que metem medo, que emaranham as palavras e deixam suspensas todas as frases possíveis de escrever.
        Todas as folhas brancas esperam, aguardam que o escritor arrume as gavetas da memória, organize a ordem no estendal das ideias, brigue com os fantasmas camuflados de silêncio e se arrisque a falar dos segredos escondidos na alma.
        A princípio, não como dizem, é nas entrelinhas que os escritores se despem, não nas histórias. Cada espaço de frase, contem a impressão digital, o texto invisível que diferencia e faz da história o objecto único, raro, individual.
        O medo está aí, expor-se até onde? Como resguardar o irrevelável de nós?
        “Punhos cerrados” é uma história com elevado grau de acidez, um Gin sem água tónica onde o gelo não refresca, apenas nos golpeia a língua em farpas sólidas.
        Beatriz Gil, tu e apenas tu, capaz de escrever assim esta história. Única, cirúrgica de mágoas e angústias, não exposta mas esventrada até ao sangue de todas as dores, de todos os desencontros com o sorriso. “Esta não é uma história feliz mas é, sem dúvida alguma, uma história honesta, mágica e sincera.”
        Esta não é uma história feliz mas essa infelicidade contem o importante, a grande felicidade de teres em ti a arte de bem escrever.
        A princípio, não como dizem, essa impressão digital, essa exclusividade de sentir única, faz da tua escrita um corpo inteiro, um prumo vertical de respeito, de admiração.
         Escreve, assim sempre, inteira. Deixa-me dizer-te também, para que conste no estendal das ideias, as vidas e as histórias felizes são quase sempre imbecis."
Uma vénia, porque esta critica merece todos os agradecimentos do mundo, e quando alguma coisa tem assim tanta importancia, um "obrigado" não chega, mas uma vénia deixa escorrer aquilo que vai dentro e quer fugir para fora, uma gota de salgado*

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